"Espero verdadeiramente que a missão do presidente do Brasil seja coroada de sucesso. Essa pode ser a última chance antes da adoção de medidas do Conselho de Segurança da ONU", declarou.
Medvedev disse ainda que a visita de Lula a Teerã tem 30% de chances de ser bem sucedida.
"Visto que meu amigo Lula é um otimista, eu também vou ser otimista: vejo uns 30% de chances", declarou Medvedev, a ser indagado sobre as chances de sucesso que terá a visita do presidente brasileiro ao Irã.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido no Kremlin por Medvedev, com quem deve abordar questões bilaterais e de caráter internacional.
A reunião começou com um aperto de mãos e um abraço entre os líderes, que primeiro se reuniram de forma privada e depois com participação de suas respectivas delegações.
Questão iraniana
O Irã é criticado pelos Estados Unidos e por outras potências ocidentais por ser pouco transparente no desenvolvimento de seu programa nuclear, uma acusação que Teerã nega. Para Washington, novas sanções econômicas obrigariam o país asiático a ampliar o acesso a seus centros de enriquecimento de urânio, enquanto o Brasil lidera um grupo que defende o diálogo como forma de evitar a utilização de tecnologia atômica no setor militar.
Segundo a proposta brasileira, o Irã trocaria combustível nuclear com a Turquia, país que tem estreitos laços tanto com Ocidente como com o Oriente Médio. O Irã enviaria urânio ao exterior e o receberia de volta enriquecido a níveis suficientes para fins pacíficos.
Segundo a imprensa iraniana, Ahmadinejad disse que “em princípio” aceitou a proposta de Lula, durante uma conversa telefônica com o líder venezuelano, Hugo Chávez.
Federação Russa
“Se a proposta for apoiada por todos os participantes do processo, essa não seria uma saída ruim da atual situação”, declarou na quarta-feira (12) Medvedev durante visita à Turquia.
O Irã já rejeitou no ano passado uma oferta similar da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), segundo a qual Rússia e França enriqueceriam urânio com destino às usinas nucleares iranianas.
Reforma na ONU
No plano internacional, um dos assuntos apoiados pelas duas partes é a necessidade de reformar o Conselho de Segurança da ONU e instituições financeiras, como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM), para dar mais voz e votos aos países emergentes.
Lula visitou a Rússia pela última vez em agosto de 2009 para participar da primeira cúpula formal do grupo Bric (formado por Brasil, Rússia, Índia e China), que defende um sistema de moedas mais diversificado, estável e previsível.
No mês passado, durante a segunda cúpula dos Bric em Brasília, Lula também se reuniu com Medvedev, que fazia então sua segunda viagem à América Latina desde que assumiu a Presidência russa, em maio de 2008.
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